A morte de Deus na cultura
aspectos teóricos sobre a profanação do sagrado na pós-modernidade
DOI:
https://doi.org/10.25188/FLT-VoxScript(eISSN2447-7443)vXXVII.n1.p13-45.WFZ.ERWPalavras-chave:
Pós-modernidade, Cultura, Sagrado, Secularização, Patrimônio ReligiosoResumo
Existe uma relação intrínseca entre o Ocidente e a visão de mundo (Weltanschauung) judaico-cristã. A secularização do protestantismo no Ocidente usufrui dos benefícios materiais do cristianismo, sem, porém, levar em conta a própria imaterialidade do fenômeno cristão. Assim, a secularização é a própria vocação da fé cristã que continuamente se esvazia a si mesmo e cumpre sua vocação (Berufung) no mundo por meio da profissão (Beruf). A pós-modernidade efetua uma ruptura com tudo aquilo que lembra o cristianismo: a dignidade humana, a beleza da arte e a noção de história. Com isso, ela retorna à era dionisíaca do caos, materialidade e hedonismo. O Deus da cruz confunde as potências do mundo imanente, pois Deus derramou seu sangue para que o sangue humano fosse poupado de ser derramado. Por conseguinte, qual é a relevância do Deus nojento da cruz para a pós- -modernidade? Como ele tem sido reinterpretado enquanto loucura? Sem a escatologia, há critérios em um eterno retorno do mesmo? Até onde a kénosis vattminiana é, realmente, válida? Mais do que respostas, propõe-se uma reflexão sobre a contemporaneidade e suas implicações na cultura. Ateus ou não, o modo de vida ocidental ainda pressupõe Deus.
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